sexta-feira, 16 de março de 2012


A Motocicleta
Por Arthur da Távola

A motocicleta como meio de transporte é uma exceção egoísta, individual e anti-social. Ela como sintoma revela as doenças sociais. Eis o diagnóstico, em 10 pontos:

1- É o meio de transporte mais ante-social que existe, por ser o que pode levar o menor número de pessoas em cidades congestionadas, necessitadas de democratizar o transporte público.(?)

2- Não possui um sistema de proteção e segurança correspondente á velocidade que desenvolve: é, portanto o mais perigoso dos meios de transporte. Para mim ela é uma arma em forma de aparente transporte. (?)

3- Dá uma idéia de privilégio a quem possa tê-la; chegar primeiro, andar mais depressa, ser mais vivo, mais esperto, rápido e efetivo que os demais; ela consagra não o equilíbrio e o pluralismo necessário da vida urbana congestionada e rarefeita, mas a exceção, o privilégio, favorecendo exclusivamente quem pode pagar. (?)

4- Opera sobre os mecanismos mais falíveis do homem; seu gosto de deslizar, e pela velocidade. Ela seduz exatamente por ângulos infantis que jamais se apagam da personalidade das pessoas. (?)

5- Ilude as pessoas principalmente numa fase da vida em que necessitam de atitudes externas de afirmação. Daí adorarem o barulho que conseguem fazer e aquela espécie de fantasia que distingue os seus usuários, blusões de couro, luvas, capacetes, etc. Tudo isso faz a pessoa se sentir diferente da média. Ela é, portanto discriminatória através da sensação de originalidade. (?)

6- De descarga aberta ela consegue ser o veículo automotor que mais barulho faz. Um motociclista com descarga aberta pode molestar cerca de trezentas mil pessoas de cada vez (!?!).É portanto um veículo destrutivo dos demais como forma de encapar a autodestruição desejada por seu usuário(?).

7- A motocicleta é o veículo de equilíbrio mais difícil e precário, sendo absolutamente inviável para locomoção com chuva (?).

8- Raros são os motociclistas há muitos anos (?), o que comprova o caráter passageiro, superficial, mero realizador de fantasias arcaicas, onipotentes e infantis de seus usuários (?). Também a criança briga pelo brinquedo que, meia hora após conseguir, colocará de lado.

9- Na escala qualitativa das motocicletas, há uma pirâmide invertida altamente prejudicial a uma cidade: quanto menor e pior o veículo, mais barulho faz (?)

10- A motocicleta é um veículo para cidades com outro tipo de motoristas, de ruas e de formas de dirigir. Por serem como são, elas excitam a agressividade dos motoristas de carro que não têm em relação a elas o respeito devido. Eles entram em estúpida competição com elas, dificultando-lhes a passagem, jogando o carro em cima, comportando-se, em suma de maneira agressiva e quase assassina, fato que, embora lamentável, soma-se desgraçadamente, ás razões pelas quais andar de motocicleta é um grave risco de vida, jamais o ilusório prazer imaginado (?). O nível de saúde mental e de justiça social numa cidade está na razão inversa do número de motocicletas que ela tem (?). E o nível de enfermidade é tanto maior quanto mais motocicletas haja de descarga “aberta”. Serve para uma das formas mais covardes e agressivas de assalto em geral com morte de vítima e ainda sair protegida pela velocidade e o capacete de assassino. Deixaram a motocicleta intoxicar o trânsito, agora vai ser muito difícil regularizar o setor.

Esse tal de Arthur deve ter lavado um chifre de um motociclista!!

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