quarta-feira, 24 de julho de 2013

História da Motocicleta - Parte 4

GILERA
Após a aquisição de direitos sobre o motor Rondine 4 cilíndros em 1935, que foi a base de seus motors de competição por 40 anos, a Gilera desenvolveu um amplo leque de opções de motocicletas com motores de quatro tempos entre 100 e 500 cc., sendo a Saturno 500 cc, de 1939, a mais famosa. Teve sua produção continuada e constantemente evoluída, até 1956 e tinha como rival no mercado, a Moto-Guzzi Falcone. As Gileras do pós-guerra foram monocilíndricas e bicilíndricas paralelas, de quatro tempos. Em 1969, a marca foi adquirida pelo Grupo Piaggio (produtor das scooters Vespa), que desenvolveu Gileras de 49 a 125 cc com motores dois tempos, e manteve também a produção das originais Gileras de quatro tempos.
Gilera Saturno 500cc

DUCATI
Em 1926, os irmãos Adriano e Marcello Ducati fundaram a "Societa Scientifica Tadiobrevetti Ducati" em Bolonha, especializada na produção de tubos condensadores e outros componentes de rádio. Apesar da restrição de uso de recursos para a fabricação de bens de uso privados não relacionados ao esforço de guerra imposto por Mussolini e pelas tropas alemãs que ocupavam a Itália. Arriscadamente, a Ducati apostou na idéia de dois entusiastas e jornalistas freelancers de motociclismo (o advogado Aldo Farinelli e seu irmão, o engenheiro Enzo Furio), e produziu um primeiro protótipo da Ducati Cucciolo (que significa: filhotinho / cachorrinho / pequeno animal de estimação), de 49 cc., que rodava por Turim já em 1944. Fazia 100km com um litro de gasolina, tinha duas marchas e teve seis versões até 1958.Em 1956, sob o comando do projetista Aldo Taglioni (chefe de design da Ducati entre 1954 e 1986), foi desenvolvido o primeiro comando de válvulas desmodrômico para a Ducati de competição, quatro tempos, onocilíndrica, 125 GP, que atingia 17 bhp a 12500 rpm (atingindo 15000 rpm em testes). Norton e MV Agusta também desenvolveram sistemas desmodrômico de comando de válvulas, mas sem obter sucesso.
B M W
Quando a BMW decidiu recomeçar sua produção após a II Guerra Mundial, o "stablishment" aliado restringiu o deslocamento máximo de seus motores em até 250cc, e os projetos ainda eram vistoriados pelos americanos. Até a R23 monocilíndrica de 250cc (1938-40) do pré-guerra foi minuciosamente medida e conferida pelos aliados. Os planos de produção da BMW já estavam completos no meio do ano de 1947, mas uma motocicleta completa só se materializou em 1948 quando a R24, de 250cc foi apresentada no Salão de Geneva em março de 1948, e teve sua produção iniciada em dezembro do mesmo ano, com 2500 unidades já previamente encomendadas. No meio do ano de 1949, as restrições impostas pelos aliados foram suspensas e a 500cc boxer twin R51/2 (baseada no avançado projeto da R51 do pré-guerra (1938-40)) tornou-se rapidamente popular no mercado de motocicletas, quando foi lançada em 1950. Já em 1951, a BMW lançou a R51/3 com um novo e mais eficiente motor (M252/1) que equipou as BMW boxer twin até 1969. A produção de BMW’s saltou de 9.400 motocicletas em 1949, para 25.101 em 1951, incentivando a marca a produzir uma moto de competição para combater as "100mph" Triumph e BSA (britânicas). Assim nasceu a BMW R68 boxer twin, 600cc, 35hp em 1951, sendo apresentada ao público no "Frankfurt Motorcycle Show". A R68, primeira esportiva depois da R66, 600cc de 1938, possuía uma velocidade final de 100 mph (161 km/h).
Entre o pós-guerra e a década de 1960, a BMW produziu as seguintes motocicletas:
- R24 - Monocilíndrica – 247cc/12hp – 1948/50 – 12.020 unidades produzidas;
- R25 - Monocilíndrica – 247cc/12hp – 1950/51 – 23.400 unidades produzidas;
- R51/2 – Boxer Twin – 494cc/24hp – 1950/51 – 5.000 unidades produzidas;
- R25/2 - Monocilíndrica – 247cc/12hp – 1951/53 – 38.651 unidades produzidas;
- R51/3 – Boxer Twin – 494cc/24hp – 1951/54 – 18.420 unidades produzidas;
- R67 - Boxer Twin – 594cc/26hp – 1951 – 1.470 unidades produzidas;
- R25/3 - Monocilíndrica – 247cc/12hp – 1953/56 – 47.700 unidades produzidas;
- R67/2 - Boxer Twin – 594cc /28hp – 1952/54 – 4.235 unidades produzidas;
- R68 - Boxer Twin – 594cc/35hp – 1952/54 – 1.452 unidades produzidas;
- R67/3 - Boxer Twin – 594cc /28hp – 1955/56 – 700 unidades produzidas;
- R50 - Boxer Twin – 494cc/26hp – 1955/60 – 13.510 unidades produzidas;
- R69 - Boxer Twin – 594cc/35hp – 1955/60 – 2.956 unidades produzidas;
- R60 - Boxer Twin – 494cc/28hp – 1956/60 – 3.530 unidades produzidas;
- R26 - Monocilíndrica – 247cc/15hp – 1956/60 – 30.236 unidades produzidas.

BMW R24 - 1948

MOTOCICLETAS INGLESAS
As industrias de motocicletas inglesas passam a se confrontar com as limitações de uma Inglaterra com a economia combalida pela guerra que, mesmo sendo vitoriosa na guerra, impôs ao mercado de motocicletas duras penas. Este panorama dinamizou o mercado de motos e competições de trail, e quase eliminou a chance das fábricas e equipes inglesas de competição continuarem suas disputas com motos alemãs, italianas, norte-americanas, etc... A Triumph, em um esforço desesperado, consegue produzir motocicletas com motores de alumínio, através do re-aproveitamento de motores de geradores de bombardeiros Lancaster estacionados após a guerra. A partir de 1947, enquanto a AJS, Norton, BSA, AMC, Royal Enfield, Matchless, etc..., produziam suas moto "trails", a Triumph (que teve sua fábrica em Coventry duramente danificada pela Luftwaffe durante a "Blitz" da força aérea alemã), voltava a produzir de maneira titubeante os modelos TRW, Speed Twin e Tiger 100, com lerdos e pesados motores de válvula lateral, com cilindros e cabeçotes usinados em ferro fundido, por causa da escassez de alumínio no pós-guerra. Entretanto, durante o esforço de guerra, a Triumph tinha produzido motores de geradores para o avião bombardeiro Lancaster, da Real Força Aérea Britânica (RAF), com ligas ultraleves de alumínio. Conseguindo os componentes dos motores do gerador dos Lancaster, a Triumph equipou uma Tiger 100 que venceu a primeira corrida de estrada do pós-guerra na Ilha de Man. Assim, a Triumph depenou todos os motores de gerador dos Lancaster, comercializando uma réplica de estrada desta Triumph vencedora, chamando-a de Triumph Grand Prix. Utilizando estratégia semelhante, adaptou a metade superior dos mesmos motores de gerador aos motores das Speed Twin, criando uma motocicleta que era tão boa no fora de estrada como nas pistas: as "Trophy Triumph",vendidas durante 30 anos, mesmo com a concorrência das moto japonesas. Marcas como Velocette, Vincent, AJS, etc..., dedicavam parte de seus recursos a motocicletas de competição em pistas, ainda que a gasolina do pós-guerra não permitisse uma real competitividade. Efeitos destas limitações são claramente percebidos durante o Tourist Trophy (TT) Sênior de 1947, onde a média de velocidade foi de 133 km/h, enquanto o de 1939 teve média de 145 km/h. Assim que as motocicletas italianas e alemãs Gilera, Moto Guzzi, BMW, NSU, etc..., foram readmitidas nas competições com seus motores multicilíndricos, as motocicletas inglesas passaram a ter grande dificuldade em obter sucesso nas competições oficiais. Nas estradas as Triumph 110, de 650cc, a BSA "Golden Flash", de 650cc e a Dominator Twin da Norton, iniciaram uma vigorosa era das bicilindricas paralelas. Estas motos foram tão eficientes que a Kawasaki, por exemplo, iniciou sua produção de motocicletas na década de 1960, baseando-se na BSA "Golden Flash". A BSA criou, ainda, o Modelo B 32 "Gold Star", de 350cc, monocilíndrico, em 1949, sendo considerada uma das motocicletas mais versáteis já produzidas, conseguindo boa performance tanto em competições como no uso cotidiano, e produzida até 1963. Ao decorrer da década de 1950 o progresso tecnológico e a sofisticação das motocicletas tornaram-se rotineiros. Com a aparente perda de fascínio pelo universo motociclístico e com o crescimento da indústria das "exóticas" motocicletas japonesas, o mercado motociclístico europeu e americano entra em declínio. As pessoas passavam a preferir o conforto das quatro rodas para o transporte de suas famílias. A Norton, Matchless e Velocette desativaram suas equipes de competição. A Vincent inglesa e a Indian americana encerraram sua produção, pois seus preços já estavam acima de alguns carros populares. No final da década de 1950, as fábricas inglesas caíam na obscuridade, inovando somente na quantidade de brilho e de cromados.
MOTOCICLETAS FRANCESAS
Destacamos as seguintes marcas de motocicletas francesas entre o período das décadas de 1940 e 1950:
- Velosolex 1942/46 (Courbevoie e Modelé 330);
R I K U O
A Japonesa Rikuo, da Sankyo Co. Ltd, com tecnologia Harley Davidson, manteve sua produção até 1960.
Após as Rikuo V-Twin de 1933-1935 (Harley Favidson Nipon-1207cc-30bhp-60mph e YFD-1207cc-28bhp-60mph) e de 1937 (750RD-Servicar-triciclo-40mph), a produção foi retomada em 1950 com a 1200cc sidecar outfit-30bhp-60mph, seguindo-se as:

- 1952 com as 750ccRD-22bhp-69mph e 1200ccVFE-LTS sidecar outfit;
- 1953 com as Model A, 345cc-20bhp-68mph (BSA ohv Single copy) e 750 RQ-22bhp-70mph;
- 1954 350AB-247cc-16bhp-69mph(BSA ohv Single copy);
- 1956 250F-247cc-12bhp-62mph (BSA ohv Single copy);
- 1957 1200-1207cc-30bhp-75mph;
- 1958 350AC-20bhp-75mph (BSA ohv Single copy) e 250FB-247cc-12bhp-60mph (BSA ohv Single copy);
- 1958-1960 750RT-747cc-25bhp, Vtwin válvula Lateral/80mph.
Rikuo RQ 750 - 1957




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